domingo, 5 de janeiro de 2014

God of War I

Livro: God of War I – A história oficial que deu origem ao jogo
Autores: Matthew Stover e Robert E. Vardeman    
Editora: Leya
Avaliação: 8


“Ele já foi chamado de Fantasma de Esparta. Ele já foi chamado de Punho de Ares e Campeão de Atena. Ele foi chamado de guerreiro. Um assassino. Um monstro.
Ele foi todas essas coisas. E nenhuma delas.
Seu nome é Kratos, e ele sabe quem são os verdadeiros monstros.”



A maior parte do livro parece um jogo de Atena e Zeus para derrotar Ares. Kratos era a peça mais importante, era o guerreiro, o cavalo. A preocupação em realidade da deusa da estratégia é garantir a segurança e o trono do pai. E é notável um apreço exageradamente disfarçado dela por Kratos.
A narrativa do autor é precisa e as descrições são muito boas, principalmente nos quesitos sangue e vísceras. Chega até a ser mais puritana que os fatos do game. Haverá sem dúvidas dificuldade em parar de ler: “lerei só mais um capítulo...” passarão-se muitas páginas e vários capítulos até se ter força ou sono suficientes para soltar o livro.
Interessei-me pelo jogo por causa da mitologia e não seria diferente com o livro. A personalidade dos deuses está bem aparente, e a visão da Deusa Atena sai um pouco daquela costumeira, geralmente ela não é imaginada tão fria e calculista, tirando o “afeto” dela pelo seu Kratos, todas as manobras são milimetricamente analisadas e o seu poder de persuasão é bem fundamentado. Aparentemente essas seriam as verdadeiras faces e pensamentos dos deuses, se é que um dia existiram. Egocêntricos e preocupados unicamente com seus propósitos.
Ares é movido pura e simplesmente por loucura e um pouco de ganância. E claro, o anseio de se vingar de Atena por roubar a sua arma.
Kratos é politicamente incorreto. Irritou, falou demais, não saiu do caminho: ele mata. Sua mente é perturbada, o passado vive mais nele do que é perceptível, e é quase impensável que ele tenha sido capaz de desenvolver qualquer sentimento que não fosse relacionado à morte e laceração. A força de vontade dele é incrível, o desejo de se livrar dos pesadelos e do peso de seus crimes o mantém motivado perante todas as provações. 
Culpe Ares, por acabar com um guerreiro anormalmente prático e hábil ou culpe o guerreiro por ter não querer morrer e “dar” sua alma ao Deus da Guerra.
O que mais revolta são as maquinações divinas, como se nada importasse e tudo não passasse de diversão. Qualquer sofrimento pode ser visto com um sorriso, milhares de mortes como um acontecimento notável de passivamente se assistir. Mesmo Atena, mais benevolente, tem na sua lógica implacável um impedimento a avaliar a perda dos seus adoradores como algo mais substancial.

Eu sabia como o livro acabaria por causa do game, mas nem por isso deixou de ser interessante, pelo contrário: a leitura foi ótima.

Recomendo para os de estômago menos sensível, que gostem de ação, mitologia e obviamente games.




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